Hospital particular de Fortaleza é autuado por falta de médicos e demora no atendimento

Fiscalização do Decon encontrou pacientes com mais de 12 horas em jejum e falta de médicos para cirurgias emergenciais
Fachada do Hospital Antônio Prudente
A medida foi tomada após fiscalização motivada por denúncias de usuários do plano de saúde Hapvida. Foto: Reprodução/GoogleMaps

O Hospital Antônio Prudente, em Fortaleza, foi autuado pelo Decon/MPCE após fiscalização revelar graves falhas no atendimento de urgência, como pacientes em jejum por mais de 12 horas e falta de médicos. Alguns pacientes precisaram se deslocar por conta própria de outros municípios devido à ausência de ambulâncias. O Decon classificou a situação como prática abusiva e alerta que hospitais e planos de saúde têm obrigação legal de garantir atendimento imediato em casos de risco à vida.

O Hospital Antônio Prudente, localizado na Avenida Aguanambi, em Fortaleza, foi autuado pelo Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon), do Ministério Público do Ceará (MPCE), no último sábado (6). A medida foi tomada após fiscalização motivada por denúncias de usuários do plano de saúde Hapvida, que relataram demora no atendimento de urgência e emergência.

Segundo o órgão, os fiscais constataram durante a inspeção situações alarmantes, como pacientes em jejum há mais de 12 horas aguardando cirurgia, sem qualquer previsão de atendimento ou suporte para seus acompanhantes. Muitos estavam acomodados de forma inadequada, em corredores ou salas de medicação. Dois deles, que precisavam de apendicectomia, foram transferidos por meios próprios de Maracanaú até o Antônio Prudente, devido à ausência de ambulância.

Além disso, o Decon identificou a falta de médicos cirurgiões e anestesistas, especialmente nos fins de semana, o que agrava a espera por procedimentos urgentes e compromete diretamente a saúde dos pacientes. Segundo o órgão, essa carência pode gerar complicações como infecções, agravamento de lesões e até óbitos evitáveis.

A recusa ou a demora injustificada em casos de urgência é prática abusiva e fere a dignidade do consumidor, destacou Adnan Fontenele, coordenador de fiscalização do Decon. “A legislação brasileira exige que os planos de saúde e hospitais garantam o atendimento imediato em situações que representem risco à vida dos consumidores”, disse.

Canal de denúncias

O Decon disponibiliza o número (85) 98685-6748 para o recebimento de denúncias e reclamações de consumidores que enfrentem problemas semelhantes em unidades de saúde.

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